Quatro anos depois, como estão os sobreviventes da tragédia no Ninho do Urubu? Incêndio no CT do Flamengo atingiu alojamento e matou 10 jovens que jogavam nas categorias de base
Goleiro Dyogo Alves tem passagens pela seleção e integra o elenco profissional Rubro-Negro
Lucas Figueiredo/CBF
A tragédia no Ninho do Urubu completa quatro anos nesta quarta-feira. No fatídico 8 de fevereiro de 2019, um incêndio se alastrou pelo alojamento das categorias de base e matou dez jogadores que atuavam na modalidade.
Atualmente, dos 16 sobreviventes, apenas três atletas seguem no Flamengo. É o caso do goleiro Francisco Dyogo Alves, que integra o elenco profissional do rubro-negro nesta temporada.
Rayan Lucas ainda é jogador da base e atua pelo sub-20. Em janeiro ele disputou a Copinha pelo Flamengo.
O último é Jhonata Ventura, zagueiro que teve 35% do corpo queimado e precisou de mais de dois anos para se recuperar. O atleta já voltou a jogar futebol.
Além dos jovens que permaneceram no clube carioca, outros optaram por trilhar a carreira longe do cenário da tragédia. Felipe Cardoso e Wendel Alves não tiveram os contratos renovados e, em janeiro de 2020, foram dispensados pelo rubro-negro. O primeiro está no Red Bull Bragantino e o segundo, defende o Internacional.
Apesar do tempo hospitalizado, Cauan Gomes se recuperou rápido e logo voltou aos gramados. O atleta assinou com o profissional rubro-negro em julho de 2020, até o fim de 2022. No ano retrasado, porém, ele foi para o Fortaleza.
Jean Sales ficou no Flamengo até o fim de 2020. O jogador está em Portugal e defende o FC Alverca. É o primeiro contrato profissional do atleta.
Volante, Naydjel Callebe também deixou o clube em janeiro de 2020. Na época, voltou para a cidade-natal, no interior do Paraná. Callebe chegou a recusar um convite para testes no Vasco. Sem espaço no futebol de campo, o jogador escolheu as quadras e joga futsal.
Samuel Barbosa teve contrato assinado pelo profissional meses antes do incêndio. O acerto incluia alta multa rescisória em caso de saída antes de 2022, que era ano previsto para fim do contrato. O jogador já saiu do clube.
Mais velho entre os sobreviventes, Felipe Chrysman ficou por um período no Flamengo após a tragédia, mas saiu do clube. Atualmente, está no Guarani.
Assim como a maioria dos sobreviventes, Kayke Campos e Kennyd Lucca optaram por se distanciar do clube carioca após a tragédia.
O primeiro assinou contrato profissional com o Rubro-Negro em setembro de 2019, com validade de dois anos. Sem espaço, porém, atualmente está nos Emirados Árabes, no Al Bataeh.
Já Lucca foi para o Corinthians no mesmo ano e, depois de passar pelo Bahia, está no Cuiabá.
Lembrado como promessa, Caike da Silva teve o mesmo destino que alguns dos ex-companheiros e não teve o contrato renovado no começo de 2020. Neste ano o jogador assinou com o XV de Piracicaba, de São Paulo, até o fim de 2025.
Pablo Ruan está no Atlético-MG. O jogador deixou o Flamengo no fim de 2019 e assinou contrato profissional com o Palmeiras, em outubro de 2020.
Assim como Felipe Cardoso e Wendel Alves, João Victor foi liberado no começo de 2020. Porém, o jogador não teve a mesma oportunidade que os antigos companheiros e está, até hoje, sem clube. No entanto, João Victor não desistiu da carreira e treina no Triestre, clube amador de Curitiba onde foi formado.
Gabriel Castro estava em período de testes quando o incêndio aconteceu. Apesar de continuar em observação por mais três meses após a tragédia, o jogador não seguiu no Flamengo. Não há mais informações sobre o jogador.
No momento do incêndio no Ninho do Urubu, 26 atletas dormiam no alojamento que pegou fogo. Dos 16 sobreviventes, três precisaram ser hospitalizados. Os jogadores passaram um período de recuperação internados após o resgate.
Todas as vítimas tinham entre 14 e 16 anos. Athila Paixão, de 14 anos; Arthur Vinícius, 14 anos; Bernardo Pisetta, 14 anos; Christian Esmério, 15 anos; Gedson Santos, 14 anos; Jorge Eduardo Santos, 15 anos; Pablo Henrique Matos, 14 anos; Rykelmo de Souza, 16 anos; Samuel Thomas, 15 anos; e Vitor Isaías, 15 anos.
Está chegando a hora! Depois de três anos, o Flamengo volta a disputar o Mundial de Clubes. Tentando repetir dezembro de 1981, o rubro-negro chegou ao Marrocos como o elenco brasileiro mais caro da história do torneio.
Dos 23 atletas que estiveram no Catar, somente seis ainda vestem o manto do clube carioca. O principal é Gabigol, estrela das duas finais de Libertadores que garantiram a classificação do Mengão para a competição.
Confira todas as mudanças no elenco do Flamengo desde a última vez em que disputou o Mundial:
Além de Gabi, as seis figurinhas carimbadas do Flamengo nesse Mundial são: Everton Ribeiro, Arrascaeta, Filipe Luís, Gerson e Rodrigo Caio. O camisa 20 foi repatriado recentemente após temporada na Europa. Exceto dele, nenhum outro jogador deixou o Rubro-Negro entre o Mundial de 2019 e o de 2023. Todos os remanescentes são titulares no elenco flamenguista
A começar pelo goleiro, Santos assumiu a posição de Diego Alves, que estava no clube desde 2017. O antigo arqueiro do Atlético-PR chegou ao Rio de Janeiro em 2022. Santos foi o goleiro titular na campanha vitoriosa da Copa do Brasil e da Libertadores
DEFESA
Desde 2019, a defesa rubro-negra sofreu algumas perdas que foram muito bem repostas. David Luiz, Varela e Léo Pereira atuam nas vagas que já foram de Rodrigo, Rafinha e Pablo Marí, respectivamente. Rodrigo Caio e Filipe Luís completam a linha defensiva do Flamengo
MEIO-CAMPO
Thiago Maia herdou a vaga que antes era de Willian Arão, que agora está no Fenerbahçe, da Turquia. Gerson, um dos pilares da equipe de 2019, assumiu a vaga que era de João Gomes até o último ano. Mais avançados, Everton Ribeiro e Arrascaeta continuam orquestrando a parte intermediária e ofensiva do Flamengo
ATAQUE
Na frente, Gabigol ganhou outro parceiro. O lugar que antes era ocupado por Bruno Henrique agora pertence ao artilheiro Pedro. O camisa 27 sofreu grave lesão num joelho em junho do ano passado e ainda não tem prazo de retorno aos gramados. As atuações do novo camisa 9 rubro-negro renderam ainda uma convocação para a Copa do Mundo do Catar
TREINADOR
Se antes o torcedor tinha plena confiança no trabalho do técnico do Flamengo, dessa vez o cenário é diferente. Recém-chegado, envolvido em polêmica com o antigo clube, Vitor Pereira assume o lugar que era de Jorge Jesus na campanha do último Mundial disputado pelo rubro-negro. O português é o quinto treinador a assumir a posição depois da saída de Jorge Jesus