PL do Paraná aciona Justiça para cassar Sérgio Moro Partido do presidente da República quer cassar mandato do ex-juiz da Lava Jato e senador eleito PL do Paraná aciona Justiça contra Sérgio Moro
Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro durante evento público em Brasília
Carolina Antunes/PR
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, acionou o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) para cassar o mandato do senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) por eventuais irregularidades durante a campanha eleitoral.
A ação, que tramita em segredo, foi movida na tentativa de cassar o mandato de Moro. Caso a Justiça acate o pedido, o candidato Paulo Martins, do PL, que terminou a disputa em segundo lugar, ficaria com a cadeira no Senado.
Nas eleições deste ano, Moro foi eleito para ocupar a vaga de senador pelos próximos oito anos. O ex-juiz e ex-ministro de Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro obteve mais de 1,9 milhão de votos nas urnas.
Com a eleição, Moro integrará, ao lado de Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos do Podemos, a lista de parlamentares que representam o estado do Paraná no Senado Federal.
Moro se pronunciou por meio de suas redes sociais. "Anote esses nomes. Maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT e para os corruptos. Da minha parte, nada temo, pois sei da lisura das minhas eleições. Agora impressiona que há pessoas que podem ser tão baixas. O que não conseguem nas urnas, tentam no tapetão", afirmou.
Soube pela imprensa que Fernando Giacobo, Presidente do PL/PR, e @PauloMartins10, segundo colocado nas eleições paranaenses, ingressaram com ação buscando cassar meu mandato de Senador. Anote esses nomes. Maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT e para os corruptos. ➡️
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 7, 2022A reportagem procurou o PL e Martins, mas não se pronunciaram. O espaço está aberto para manifestação.
Diante do cenário, Moro se encontrou com Bolsonaro, no Palácio do Planalto, na tarde desta quarta-feira (7), por 30 minutos. O assunto discutido na reunião não foi divulgado. O compromisso consta na agenda oficial do chefe do Executivo.
Moro foi o juiz federal responsável por julgar em primeira instância os crimes da Operação Lava Jato. Ele deixou o cargo para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do atual presidente.
Os dois chegaram a romper relações em 2020, após ter acusado Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. Na campanha deste ano, no entanto, o ex-ministro e o candidato à reeleição, derrotado nas urnas, se reaproximaram.
Bolsonaro, inclusive, levou Moro para um dos debates entre os presidenciáveis durante a campanha presidencial. O chefe do Palácio do Planalto afirmou, na ocasião, que as divergências entre os dois "ficaram no passado" e que o ex-ministro e agora senador eleito está "ajudando o Brasil".
"Um homem que teve forte posição no combate à corrupção no Brasil. Eu conversei com ele, as pequenas divergências ficaram no passado. Estamos juntos aqui, no caso, pela minha reeleição", afirmou Bolsonaro.